Como capturar o vento? Talvez ele não tivesse forma, talvez ele não tivesse cor, talvez nem poderíamos enxergá-lo, mas e se fizéssemos uma armadilha? Uma armadilha feita de gravetos, sabão e água? ou de sacolas e barbantes?
Capturar o vento não era um desafio fácil. Foi preciso pensar em estratégias, primeiro através de bolhas de sabão, depois através de “sacolas flutuantes”. O vento, conforme investigavam as crianças, realmente passava por dentro das armadilhas, contudo ele precisava de uma combinação importante: ar + armadilha + movimento. As crianças se deram conta de que as sacolas só poderiam capturar o vento se elas mesmas estivessem em movimento. Porque será? Será porque o vento, naquele instante, não era vento e sim ar sem movimento? As crianças aos poucos foram se dando conta que vento é ar, mas não apenas ar, vento também é movimento.
O encanto pela descoberta e a certeza de que sim, talvez o vento possa mesmo ser capturado, e aí habitava nossa liberdade poética.
